Sistemas de diagnóstico a bordo: o que precisa de saber

Quando os seus veículos indisponíveis por estarem em intervenções planeadas de manutenção ou, mais frequentemente do que seria desejável, para reparações inesperadas, os seus técnicos, a sua reputação e a sua empresa sofrem um impacto negativo. As verificações de manutenção da frota planeadas podem detetar e reparar pequenos problemas mecânicos antes de estes se tornarem grandes problemas e a manutenção preventiva pode contribuir para evitar, detetar e reparar pequenos problemas antes de estes se tornarem problemas graves e dispendiosos. Não há razões para a manutenção esgotar todo o seu tempo disponível para gerir a sua frota, quer se trate de conter os custos e não exceder o orçamento ou aumentar o tempo útil de utilização dos seus veículos. 

Analisemos mais detalhadamente a forma como os sistemas de diagnóstico a bordo podem ajudar os proprietários de frotas a aumentar a vida útil dos veículos, prevenir avarias e reduzir o tempo de inatividade inesperado. 

O que são sistemas OBD? 

OBD significa “diagnóstico a bordo” e diz respeito aos sistemas de diagnóstico que são obrigatórios na maioria dos veículos modernos fabricados nos Estados Unidos desde a introdução da especificação OBD-II em 1996. Os sistemas OBD reúnem informações sobre o desempenho dos vários subsistemas do veículo a partir de computadores a bordo e unidades de controlo eletrónico (UCE), que permitem realizar mais rapidamente o diagnóstico de avarias no motor. 

Os sistemas de Diagnóstico a Bordo Europeu (EOBD) são o equivalente europeu dos sistemas OBD-II e aplicam-se a todos os veículos de passageiros de categoria 1 registados nos Estados-membros da União Europeia desde 1 de janeiro de 2001 para veículos a gasolina e desde 1 de janeiro de 2004 para veículos a gasóleo. 

Graças às normas de emissões Euro V e VII, as emissões dos sistemas EOBD são mais baixas do que as normas  Euro III e IV. 

A história dos sistemas de diagnóstico a bordo surgiu na sequência de um movimento que reivindicava proteção ambiental na década de 1960. Quando a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foi fundada em 1970 e a Clean Air Act (Lei do Ar Limpo) adotada, as emissões dos veículos começaram a ser monitorizadas de forma mais rigorosa para otimizar a redução da poluição em todo o país e como resultado da adoção em massa da injeção el…” por “como resultado da adoção em massa da injeção eletrónica de combustível nos anos 80, tendo como propó.

Os primeiros sistemas OBD diferiam nos dados que forneciam aos técnicos de reparação e os fabricantes de veículos tinham os seus próprios padrões para os sistemas OBD. Isto significava que as oficinas de reparação tinham de adquirir ferramentas de verificação separadas para diagnosticar códigos de avarias para cada uma das marcas de automóveis que reparavam. 

De que forma é que os sistemas OBD diferem dos sistemas OBD-II? 

À medida que os sistemas OBD se tornaram mais comuns em todo o mundo, a Sociedade de Engenheiros de Automóveis (SAE) recomendou a padronização dos dados e a definição de protocolos que suportassem os sistemas de diagnóstico a bordo, uma recomendação que moldou a especificação dos sistemas OBD-II. Os OBD-II fornecem dados de verificação do sistema mais precisos e fiáveis, que podem ser acedidos através de uma porta de dados OBD-II padronizada. Os veículos fabricados depois de 1996 nos Estados Unidos e depois de 2001 na Europa suportam os sistemas OBD-II e tornaram-se o padrão efetivo em todo o mundo. Existem ainda cinco protocolos de sinais diferentes que os sistemas OBD-II podem utilizar, dependendo da marca e do ano do modelo, mas a padronização da porta OBD-II permitiu que as oficinas de reparação pudessem utilizar uma única ferramenta de verificação em veículos de diferentes fabricantes e fornecer mensagens detalhadas com códigos de diagnóstico de anomalia específicos. 

Além disso, com o desenvolvimento dos sistemas de telemática, estas informações podem ser muitas vezes acedidas pelos proprietários dos veículos num sistema com base na cloud (nuvem). 

Onde posso encontrar a porta OBD-II? 

As portas OBD-II são normalmente bastante simples e fáceis de aceder e estão localizadas ou por baixo da coluna do volante, no interior do veículo, ou por baixo do dashboard. Por vezes, as portas OBD estão escondidas atrás de uma tampa protetora. Se não conseguir encontrar a porta OBD-II nas localizações 1 a 3 no diagrama abaixo, tente as outras localizações possíveis de 4 a 9. 

Quais os dados fornecidos pelos sistemas OBD-II? 

Os sistemas OBD-II recolhem dados dos Módulos de Controlo do Motor e podem representar os dados de forma gráfica, assim como fornecer leituras dos níveis de desempenho e informações sobre a utilização da bateria. Tal como acontece normalmente no caso de uma “Luz de verificação do motor”, os códigos de diagnóstico de anomalias dos sistemas OBD-II são úteis para encontrar a principal causa dos problemas nos veículos e fornecem uma grande variedade de dados, incluindo parâmetros, resultados do teste do sensor de oxigénio, dados dos sistemas de controlo de emissões e Números de Identificação dos Veículos (NIV).  

Exemplo de códigos de diagnóstico de anomalias (DTC): 

Códigos P: Powertrain (transmissão)

P0401 - Fluxo insuficiente na recirculação dos gases de escape “A” detetado 

P0455 - Fuga no sistema de emissões por evaporação (fuga grande) detetada 

Saiba como a United Subcontractors Inc. (USI) reduziu os custos de combustível e de manutenção utilizando a localização GPS de frotas. 

Códigos B: Body (carroçaria)

B0022 – Controlo 2 da utilização da cortina esquerda (subfalha) 

B0083 – Controlo da utilização do limitador de carga do cinto de segurança esquerdo na segunda fila (subfalha)

Códigos C: Chassis 

C0040 – Circuito do sensor de velocidade da roda dianteira direita 

C0045 – Sensor “B” da pressão dos travões (subfalha) 

Códigos U: Network (rede)

U0121 – Perda de comunicação com o controlo do Sistema de Travagem Antibloqueio (ABS) 

U0107 – Perda de comunicação com o Módulo de Controlo do Acionador do Estrangulador 

De que forma é que a monitorização dos sistemas OBD ajuda a sua empresa?

Em qualquer altura, os dados de diagnóstico dos veículos estão disponíveis para uma referência cruzada, de forma a que os proprietários possam ficar a par das manutenções regulares. Sem uma solução como esta, os proprietários serão muito provavelmente forçados a adivinhar ou acabarão delegar a manutenção a terceiros, o que poderá revelar-se extremamente dispendioso. Tratar a principal causa dos problemas antes da ocorrência de danos contribui para que as operações funcionem sem problemas e sem contratempos ou tempos de inatividade desnecessários. Se não for verificada, uma manutenção não planeada reduzirá significativamente a eficácia das operações e pode ter um efeito de bola de neve, prejudicando a reputação da empresa na indústria. 

Tornar este processo um esforço de equipa entre condutores, técnicos e administradores é a melhor forma de garantir o sucesso quando se trata de manutenção. Os condutores podem e devem receber formação para monitorizar os elementos de segurança básicos do veículo (pneus, travões, direção, etc.), problemas relacionados com o desempenho do veículo (incluindo falhas de ignição e paragens abruptas) e elementos diversos (como o sistema de aquecimento ou rádio). 

Por que razão deverá despender tanto esforço num plano de manutenção para a sua frota? Porque o tempo investido agora no desenvolvimento de um plano de manutenção da frota evitará uma perda de tempo considerável no futuro.